terça-feira, julho 29, 2008

!



" Em um bailado sob passos desritmados, tontos e inquietos, a leveza controla a coreografia justaposta nos devaneios enlouquecidos, aquecidos pelo som suave da voz que expele canções de uma lucidez falsa e ingrata. O carnaval acabou e o que cobria seus temores cairá com a fantasia empoeirada cheirando a guardado, digna de aplausos as manias de compassar sua respiração anciando calar por instantes aquilo que torna a vida, vida. Pedais longiquos não permitem o alcance dos pés, ressoa decrescente os sorrisos e o abrir de olhos parece poético quando nada faz sentido. Talvez nada disso faça sentido, o bem não seria nada sem o seu oposto, a imagem se projeta no espelho das divinas obsessões compulsivas por violetas no jardim e o vento batendo na cortina do quarto. Marcas arrastadas por ataduras manchadas pelo licor vermelho do veneno doce que escorre por entre os dedos. Denso e sereno."