sábado, agosto 18, 2007



"Essa penumbra que cerra minha visão, densa, assustadora... não mais recordo o tanto que um dia eu pude respirar aliviado, dias passaram-se, meses, anos... e agora já não posso ver.

Arrancaram-me do meu lar e faço a seguinte pergunta... quem estará no final daquele aspiral que engole lembranças e cala nossa voz?

Os sons estão cada vez mais distantes e a melodia a qual escuto, é a que flui das partituras da minha solidão, sorrisos amarelos restaram no estoque, agora salvem-se quem puder. Tudo está atraído pela força centrípeta e os sonhos foram congelados em cubos, usados para fazer refresco para alguém que mal escova os dentes.

Cobram-me pela rúbrica ao pé da página, porém, não passo de um heterônimo do meu próprio destino."

domingo, agosto 12, 2007


"Todos deveriam temer... a sociedade iguala-se a máquinas de se fazer monstros...
robôs programados para serem covardes, insolentes e ladrões de inocência.
A brincadeira alcança seu fim e eles estão por toda a parte. Talvez devessemos
olhar pela persiana entreaberta da sua casa, ela pode nos mostrar uma saída.
Quem sabe poderíamos pedir ajuda àquele vizinho que está depressivo, preso pelas
pernas, amarrado por laços de insegurança. Ou quem sabe aquela outra vizinha,
que assassina os sonhos de muitos com apenas uma palavra. Aquele outro,
zumbi comandado pelas ondas daquela caixa que emite uma luz que o deixa zonzo.
Na verdade, não podemos fazer muita coisa, correr? gritar? nos matar?
que tal tomarmos um café e lermos um jornal?"